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Conexões

domingo, 13 de março de 2016



Pediu‑me o amigo Luís Amante para lhe prefaciar este seu primeiro livro de poesia: Conexões. Fez‑me prova de toda a sua confiança e não se deixou abalar perante a minha natural hesitação, própria de quem é inadvertidamente colocado perante uma tarefa nunca antes realizada. Aceitei, contudo, em expressão genuína de correspondência e de apoio a esta manifestação literária da sua sensibilidade, consubstanciada nas impressões de leitura que este livro me provocou.

A primeira leitura das Conexões faz‑se de um só fôlego. A atmosfera emocional que envolve o leitor é a de uma fragrância de autenticidade que se exala do âmago do autor. Adivinham‑se, nestes poemas, as paisagens, os aromas, as tradições e as épocas de um Portugal interior, de uma época não muito recuada, mas tão distante da compreensão e do conhecimento da vida actual. Refiro‑me a Penacova, terra onde nasceu, no distrito de Coimbra: é preciso conhecê‑la e respirá‑la através da mão do poeta. Do poema «Penacova»: «[…] Abre‑se a paisagem do Rio Mondego / Logo na curva bonita e enfeitiçada do Caneiro / E perpassa por nós um calafrio / Quando se vê aquele presépio presenteiro // As margens do rio fecham‑se / O silêncio reina / As águias vigiam‑se / E a lampreia, quase esgotada, teima, teima // Acácias em flor / Maios sem dor / Choupos altos e contentes / Milheirais verdes e reluzentes // Na Rebordosa, como quem vai para o Lorvão / Tocam baixinho os cavaquinhos / Aperta‑se‑nos o coração / E resgatam‑se à natureza os viveiros dos peixinhos// […]».


Editora: Colibri 
Tema: 
Poesia 
Ano: 
2016 
ISBN 9789896895631